sexta-feira, 28 de maio de 2010

Moras num livro



Moras num livro envelhecido pelo tempo
Em que encerrei o teu corpo, príncipe da fantasia
Na infância longínqua em que o destino nos sorria
E onde te fiz cativo da infinidade de um momento.

Hoje abri esse livro com perfume a nostalgia
E de novo te amei em cada promessa louca e renovada.
Estavas inteiro, esculpido nas palavras da poesia
De semblante efebo e de olhar quedo no nada.

Infante forjado numa manhã serena e fria,
Desejo seria colher-te das descoradas folhas de papel,
E levar-te a beijar o vento nas asas de um corcel

Sou a mesma criança absorta e de face vazia,
De olhos negros e fundos como o coração da noite.
Moras num livro, onde o idílico amor ainda é doce...

domingo, 2 de maio de 2010




Se os teus olhos não fossem tão belos

e a noite não se tornasse tão clara,

andaria confusa, sem sentido algum

pelas ruas geladas dos sem rumo.



Noutra altura, que não esta, pássaros voavam

graciosamente sobre o teu céu de pétalas

e os Zéfiros, incansáveis, belas melodias tocavam

nas clareiras esquecidas por entre as frestas,

de onde sorrateiro fugiste.



Todo o império do Paraíso ruiu na escuridão,

pois de lá te esgueiraste para o meu coração

e desde então, toda a poética de viver Só

deixou de existir, porque a companhia de um Anjo

em mim se fez sentir…