sábado, 31 de janeiro de 2009

Desabafo



Não sou um livro aberto, não tenho que ser,
sou dona das minhas páginas e publico as histórias que quiser.
Não gosto de ser folheada, é um direito meu, inalienável,
exponho ou omito os capítulos que desejar,
conto contos que julgar que devam ser lidos.

Metade de mim



Metade de mim
é emoção
e deseja o teu corpo ao alcance da minha mão
a outra metade
é razão
e imune afasta-te, ignora, finge uma ilusão.

Metade de mim
não me deixa do teu beijo esquecer
a outra metade
impassível, não me permite sofrer.

Metade de mim
lembra o calor ardente do teu abraço
a outra metade
insensível, nega a existência do laço.

Metade de mim
quer novamente ouvir a tua voz
a outra metade
implacável, exige que esqueça de nós.

Metade de mim
é sonho acordado de desejo e lembrança
a outra metade
inabalável lucidez que cessa a esperança.

Metade de mim
subjuga o meu corpo na ansiedade do amor
a outra metade
impiedosa rebela-se, aumentando a minha dor.

Metade de mim
emoção
grita o teu nome ao vento
incontida, desesperada de paixão
a outra
indiferente cala-se , sem nenhuma razão.

Plenitude




Não tenho mais os olhos de menina
nem um corpo de adolescente, e a pele
translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura
abrandada pelos anos e o peso dos fardos
bons ou maus.
(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)

O que te posso dar é mais que tudo
o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando noutros tempos choraria,
busca por te agradar
quando antigamente quereria
apenas ser amada.
Posso dar-te agora muito mais do que a beleza
e juventude: esses dourados anos
ensinaram-me a amar melhor, com mais paciência
e não menos ardor, a entender-te
se precisas, a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
e sobretudo força — que vem do aprendizado.
Isso posso eu dar: um mar antigo e confiável
cujas marés — mesmo que fujam — retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009




Poder eu, em todas as palavras, descrever as melhores emoções, como os olhares, os risos, as lágrimas, o cheiro e todo o nosso interior, tocando de uma forma, onde conseguimos alcançar o máximo, apenas com o toque, com os gestos, com toda essa intensidade de simplicidade que são os nossos actos, como, os olhares, os beijos, abraços, desejos, mas nem todos os dicionários, nem todos os sábios, nem todos os génios, serão capaz de explicar tamanha emoção....


A maior felicidade da minha vida é a convicção de que sou amada - amada por mim mesma, ou melhor, amada apesar de mim mesma.....

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009





Assim são as pessoas...
Jogam fora os seus preciosos tesouros por esperarem pelo que acreditam ser perfeito ou sonham e desejam o que não têm, sem dar valor ao que têm perto delas.
Se olhassem ao redor, paravam para observar, perceberiam o quão afortunadas são.
Muito perto de si está a sua felicidade.
Cada pedrinha deve ser observada...
Pode ser um diamante valioso.
Cada um dos nossos dias pode ser considerado um diamante precioso, valioso e insubstituível.
Depende de cada um aproveitá-lo ou lançá-lo ao mar do esquecimento para nunca mais recuperá-lo.
E vocês como andam a jogar as vossas pedrinhas?
(que podem ser namorados, amigos, trabalho e até mesmos os vossos sonhos).
A morte não é a maior perda da vida.
A maior perda da vida é o que morre dentro de nós enquanto vivemos.



Sou a soma de tudo que existe na natureza, e que na falta de algum elemento quebra-se a harmonia, e então começa a luta para restabelecer o meu eu mais completo. Por isso preservo a minha natureza humana, e ai sei compreender as outras coisas.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

poder oculto





Descobri hoje um grande poder oculto;
Um dom de fénix para renascer das minhas próprias cinzas,
Descobri que a estrada não acabou, ela só tomou um desvio...
“No meio do caminho tinha uma pedra”
Como em todos caminhos existem perdas
Eu dei o melhor de mim, lutei com as armas que sabia lutar
Fui derrotada, eu assumo.
Apenas FUI. Não sou. Não serei.
E agora?
Levantar-me-ei de novo, quantas vezes for preciso
Não usarei ninguém como espelho
Quero chegar à frente e ver minha própria imagem
O reflexo do que sou, do que fui e do que serei....
Como já disseram: “ Quem sempre vence perde a glória de chorar”.
O que seriam as grandes vitórias sem os grandes fracassos?
Etapas...Ciclos...
Eu sou o meu próprio motor de ignição
E cabe a mim e a ninguém mais a escolha
De ficar triste e ganhar pena
Ou ficar feliz e ganhar a própria glória...
E eu escolhi tentar outra vez...
Paciência...Sabedoria só se ganha com tempo.
E o tempo?
“O tempo não pára”
Se valeu apena?
“Tudo vale apena se a alma não é pequena”
“Que não seja infinito, mas que seja eterno enquanto dure”
“Os meus sonhos dependem de mim”
Usarei uma força que eu talvez nunca tenha
E direi o que quiserem ouvir, aqui dentro de mim só eu sei
Para o frio existe o calor
E essa chama até então desconhecida não permitirá
Que o frio permaneça .....

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Dreams





Que os nossos sonhos sejam fortes tão fortes, que nos retardem a morte.
Que nos façam ilesos às enfermidades e que nunca venhamos a perder a
sobriedade.
Que os nossos sonhos sejam grandes tão grandes que pareçam rompantes.
E a imensidão deles nos envolva sempre levando-nos cada vez mais,
adiante!
Que os nossos sonhos sejam bons tão bons que todos queiram igual.
Que possamos cortá-los, distribuí-los sem perder a sua força original..
Que os nossos sonhos sejam eternos suaves, doces, passionais ou
fraternos.
Que jamais faltem, por todo o sempre que estejam na mente sempre
presentes!
E o encantamento sobreviverá em nós, porque dos sonhos tiramos o
encanto que a vida sozinha, jamais poderá dar.
Sejamos pois, felizes e sonhadores!!!

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

piedosa mentira




* * * * * * * * * * *

Eu suspiro por ti,

Como crente suspira,

Pela palavra sagrada,

Eu anseio por ti,

Como o preso que anseia,

A liberdade sonhada,

Sou doente sem cura,

Que a medicina ilude,

Mas a verdade transpira,

Sou enferma de amor,

Iludida por ti,

Com piedosa mentira,

Sou assim, como o céu sem azul,

Uma igreja, tristonha, sem luz,

Como crente, agora descrente,

No inferno, a chamar, por Jesus,

Sou desejo, fugindo ao teu beijo,

Qual o demónio, fugindo da cruz.

Sou faminta de amor, que rejeita,

A esmola do amor, piedade,

Como um triste, que amar não aceita,

Se o amor não exprime a verdade,

Por isso,

Na procissão da dor,

O meu andor, é o mais triste, andor....