quarta-feira, 26 de novembro de 2008

“A minha ou tua consciência”



A consciência é uma segunda mãe, é nociva e não faz mal, é sagaz e altruísta,é esperta e muito sábia,é covarde ao meio dia.

A consciência não quer conselho, não quer viver de heresia, ela é despedaçada, incapaz traz alegria, ciumenta, bem melhor, é um mar de águas límpidas.

A consciência é veloz, tem a força e magia, traz certeza e nada mais, enche-nos de agonia, num lampejo traz a paz, vislumbra mais que a casa vazia.

A consciência de dias entrega-me a fome, guerra, morte, falácia, tudo pela teimosia, também pode ser capaz de mudar um marco e trazer a vida, para àqueles lá atrás que sequer viviam um dia.

A consciência não é produto, não a compro em promoção, uns a têm de forma clara, outros não conseguem olhar o chão; a mente humana não é rara, é o seu teor que está constrito, tenho receio desta fala, pois pensar pode deixar de ser amigo.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Definições viciantes





O amor é possível nos limites, na precariedade das situações, é o inverso da minha lógica, contradição da própria contradição.
Um olhar basta para retornar a esse instigante sentimento: a palavra que não prende o que significa,
o valor que não dá o seu preço.
Paisagens dos campos parecem acenar ao horizonte
Que em mim existem paisagens desconhecidas por trás dos montes.
O amor não é mero verbo, na boca dos artistas e dos cantores, aproxima as pessoas com arte, no encontro e as suas cores.
Dos encontros que são partidas e partidas que são chegadas
Sou verso de uma canção que me envolve, que me embala...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Por uma Noite



Todos dormem.
Eu nado na noite que
entra pela janela.
Saudosa de ti
caminho só pela rua.
É noite de estio.
Não é meia-noite
e as mariposas cansadas
já dormem nas praças.
Uma noite

Um momento

Uma saudade

A eternidade...

Risos, suspiros,

Sonhos, êxtase...

Corpos, cama,

Edredom, prazer...

Magia, Química,

Delírio, beijos...

Suor, ápice...

Eu, tu

E a sensualidade

Que nos circunda...









A noite abre as flores em segredo e deixa que o dia receba os agradecimentos.....

Porque começámos e nos despedimos naquela noite?

Porque me envolveste nos teus braços, fazendo-me sentir segura?

Porque me beijaste com tanto desejo, fazendo-me sentir única?

Porque fizeste com que nós fossemos os únicos, no meio da multidão?

Porque me tocaste com tanto cuidado e carinho?

Porque deslizaste as tuas mãos na minha pele, despertando-me desejos?

Porque me beijaste o rosto? a boca? o pescoço? a nuca? Se sabias que era apenas por uma noite???

Porque acaricias-te os meus cabelos? o meu corpo? com um toque tão especial???

Porque trouxeste o meu corpo junto ao teu e fizeste-me sentir a comunhão da nossa respiração?

Porque me reconheci no teu olhar?

Porque fizes-te querer mais e mais beijar a tua boca macia? Se sabias que era apenas por uma noite??

Porque me fizes-te esquecer a hora? lugar? voltar? Se o que eu queria mesmo era ficar??

Ficar por uma noite...por um dia...por um mês....por uma eternidade.

quis...queria...e ainda quero... se tu quiseres.

Porque me fizes-te sentir num só instante um milhão de vontades?

Hoje o meu coração palpita desritmado, por ainda não entender o que aconteceu................um susto!

Hoje, fecho os olhos e tento relembrar e reviver todos aqueles momentos...

.....Na minha mente....Na minha pele....No meu corpo!

Por mais que eu tente revivê-los hoje, a cada dia que passa eles vão - se tornando lembranças...não menos intensas, não menos marcantes...mas lembranças!
Aumentando ainda mais a vontade de ter-te ao meu lado, ainda que impossível, por mais uma noite apenas!

Porque hoje sinto a tua falta.

Porque hoje sinto saudades.

Porque hoje fazes-me falta.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Ser mãe




Ser mãe
É amar
Antes de o ser
É sentir orgulho
No ventre
Que vai crescer
Ser mãe… não é parir
É muito, muito mais
É amar… dar
Sofrer … perdoar
É mentir para salvar

Mas… ser mãe
Também é receber
É colher o amor
Que semeou
É sentir o amor
De quem sempre amou
Ser mãe …é correr
Antes de ser chamada
Beijar … antes de ser beijada
Perdoar… ainda que nunca
Seja perdoada!..

Verde olhar nas tuas mãos



Pela alameda frondosa de esparsas clareiras deixamos
Os leves passos enlaçados pelo olhar candente dos ramos
Que acariciam os entregados corpos ao recôndito do toque
Ao olfacto dos perfumes da mulher, natureza pujante,
Que com seiva truculenta alimenta os terrenos sonhos.

Com a aragem por entre o verde surgem as palavras
Cruzadas por ambíguos desencontros de sentidos procurados
Subindo ao cume ou clímax da paisagem que se eleva
Em ápices degustados por tonalidades suaves ou densas
Sugestões derramadas e eufóricas em local recôndito.

Deixo um ramo do meu verde olhar nas tuas mãos
Dá-lhe a vida que desejares afagando-o no teu silêncio
Talvez ao longo da alameda frondosa o esqueças
Encostado a um ramo mais seco do percurso, deixa-lhe
Água na distância e promete-lhe o azul mais profundo.

janelas eternamente abertas




Nos recônditos da minha sensata lucidez
Encontro picos excêntricos, excentricamente
Loucos.
Nesta realidade que me prende, que me puxa,
Que me veste, que me insiste,
Revisto-me de liberdade, de abundância
De luz.
Na amplitude da consciência,
Na totalidade do ser que compreende,
Dobro esquinas de brilho,
Percorro estradas de extravagância,
Mergulho em mares de vento solto
Até doer.
Nesta alma matematicamente morta,
Estupidamente viva,
Até doer choro, até doer encontro o choro
Que me faz, apenas, ser...