quarta-feira, 30 de junho de 2010

elos



Cessar um doce olhar
Fazer a dor não se calar
Ter a frase interrompida
Parar as trilhas da vida
Ruir-se na despedida

São elos rompidos...

Na alma são feridos
Na canção vil tema
No amor teorema
Nos passos dilema
Nos pedaços da gente...

São elos partidos...(cadente)

Os elos são correntes
Ligando o futuro no presente
O passado no ausente...

rios




Ninguém detém os rios dos teus olhos quando choram
Pois no seu manso correr transbordam os teus medos.
O dique dos sentimentos que te represaram,
Rompeu-se com a dor de mais um fim de sonho ...
Tento segurar pelos dedos a fluidez dos nossos melhores momentos
Afogados nas lembranças desses rasos sentimentos .
Torrentes e lágrimas desceram turvas meu amado
Pelas ondas sinuosas das tuas curvas e vales...
Não se mede mais a vazão forte da antiga paixão
Nem a fria fonte que saciava a sede do coração.
Não te iludas com a passividade dessa força
Pois a correnteza te levará por rios e rácios diferentes...
Enfim a foz guiará ao azul mar as nossas raízes
Onda por onda , até a uma ilha com sol iluminada.
Sol e terra serão então a nossa nova morada,
Madurando sementes e folhagens,
Acercando às dores a nossa sede,
humedecendo novamente a fruta enamorada
No qual a tua doçura a mim foi destinada...
A Thule da boa temperança será a nossa nova aliança
Eternizando a cumplicidade de todos os nossos amores
Na fértil terra dessa paixão criança

terça-feira, 22 de junho de 2010

Céu e Luz




Luz...
...Imersão
Quarto
sala
...Salão

Espaço
...Imensidão
Vaga...
...Alenta...

...Suspiros
Em espelhos
Pequenos
Multiplicam-se...

... Sensações
Fortes
...oprimem
Emoções...

Vagalhões
Soltos...
...Corações
Contidos...

...Atos
Profusos...
Sufocam
...Ilusões...

...Acalentos
Ermos
Silêncios...
...Apertos

...Pensamentos
Vagos...
... Esperanças
Trazem...

...Alegrias vãs...
Paredões em vãos...
...Espessos espaços...

“Quarto... Janela”

...janela aberta...

...E o mundo é todo o céu...
E a paz pode ser toda tua...




Em qualquer situação da vossa vida procurem lembrar:
'Não é o lugar em que nos encontramos nem as exterioridades que tornam as pessoas felizes; a felicidade provém do íntimo, daquilo que o ser humano sente dentro de sí mesmo'

segunda-feira, 21 de junho de 2010

As cores dos meus dias




Nevoeiros rosa grená, visões nocturnas transparentes.
Cores diversas, músicas aleatórias sem definições.
Tom sobre tom invadem a minha capacidade de pensar.
Hei-de pensar em algo peculiar para o meu dia a dia.

Dias conturbados sem opções! Vejo cores nas ruas.
Labirintos extensos provocam-me! Beco sem saída.
Visita-me ó agonia, deixai-me a mercê do ocaso.
Que venha o inusitado, que venha sem passado.

Coração azul independente navega solto por aí
Viajando e indagando horizontes perdidos e cedidos.
Frequência amarela em forma de círculos espirais.
Tudo muda de cor naturalmente como as ondas do mar.

Acordo no meio da noite a respirar a tua presença vazia.
Ausência inexplicável de sons! Imagino-te ó dor voraz.
Riscos coloridos se juntam e formam imagens inexistentes.
Torno a suspender as horas, pauso no tempo preciso do dia.

Estou entre o vão da realidade e o meu universo estático.
La fora a vida pulsa, pulsa como meu pulso pulsa – Lilás.
Eu faço a pauta da vida e solto o som da melodia presa.
Fixação óbvia por uma personagem metódica e inconstante.

Uso tons avermelhados para soltar as palavras do meu interior.
Pronuncio discretamente os meus desejos através dos meus lábios.
Mando-te músicas como recados simulados à minha vontade.
Espero a tua decisão sem sair desse mundo irreal! Espero-te.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

destino




Roleta russa,
Jogo de dados.
Gira o corpo,
Dança ocasional.
Acidental poesia,
Tortura mental.
Grave dilema.
Palavras indecifráveis.
Pedras atiradas,
Risco de vida.
Frágil peito desnudo.
Ameaça das paixões,
Mistérios do amor.
Agitação íntima.
Fuga das conclusões.
Indiferença às origens,
Medo das mentiras.
Perdida bola terrestre.
O último gole,
O copo que transborda,
Bebedeira de dia a dia.
As peças do xadrez,
O pontapé no tabuleiro.
Quebrando as regras,
Perdendo as rédeas.
Inúteis tentativas.
O correr as armas,
Paus e pedras.
Todos armados.
Corações martirizados,
Olhares de medo.
Ódio dementado.
Fúria dos loucos,
Choro insensível.
O jogo por acabar.
Embates e confrontos.
Galos e esporas.
Lâmina na escuridão.
Ferimento e sangria.
Sal e aridez da boca.
Língua que fere,
Veneno dos hipócritas.
Anjo rebelde.
Prece desesperada,
A dor que ensina.
Mares de lágrimas.
As passivas praias...
E o oceano tudo leva.