quarta-feira, 21 de abril de 2010

cinzas





O brilho, orla metálica

deslizando sobre

as falanges desertas

simples arremesso

entre o sentido

e a palpitação

fluindo sob o adarve da aorta

e a masmorra do ventrículo

como se a noite depusesse

a pétala, no cinzeiro lírico do amor

e aguardasse uma só face

estendida na promessa,

oxigenando o rosto do beijo,

sobre o jorro das cinzas agasalhadas

numa só face…

a tua face,

desenleando ternos olhares nas mãos

que te ampararão.

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