terça-feira, 11 de novembro de 2008

Verde olhar nas tuas mãos



Pela alameda frondosa de esparsas clareiras deixamos
Os leves passos enlaçados pelo olhar candente dos ramos
Que acariciam os entregados corpos ao recôndito do toque
Ao olfacto dos perfumes da mulher, natureza pujante,
Que com seiva truculenta alimenta os terrenos sonhos.

Com a aragem por entre o verde surgem as palavras
Cruzadas por ambíguos desencontros de sentidos procurados
Subindo ao cume ou clímax da paisagem que se eleva
Em ápices degustados por tonalidades suaves ou densas
Sugestões derramadas e eufóricas em local recôndito.

Deixo um ramo do meu verde olhar nas tuas mãos
Dá-lhe a vida que desejares afagando-o no teu silêncio
Talvez ao longo da alameda frondosa o esqueças
Encostado a um ramo mais seco do percurso, deixa-lhe
Água na distância e promete-lhe o azul mais profundo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Este poema diz tudo o que vai nessa cabecinha....palavras sabiamente colocadas e saboreadas por nós que te conhecemos tão bem!
É um embevecimento poder saborear a maneira tão sentida como tu escreves....