Fixo meu olho no teu olho e flagro uma
Sombra de mim queimando no teu olho.
Meu retrato afogado numa lágrima
Logo abaixo recolho.
Se entendesses de imagens e magias,
Com minhas imagens nas pupilas frias,
De quantos modos tu me matarias?
Tuas lágrimas sorvo doce humor,
E ainda que outras caiam, vou deixar-te;
Meu retrato se esvai, vai-se o temor
De ser enfeitiçado por tal arte;
Só reténs, afinal,
Minha imagem num único local:
Teu coração, livre de todo mal.
Jonh Donne
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